terça-feira, setembro 27, 2011

Operação Ágata II fecha o cerco à criminalidade em Foz do Iguaçu

Tropas militares estão de volta à tríplice fronteira. Centenas de homens das Forças Armadas e policiais desencadearam ontem a Operação Ágata II, para combater os crimes transnacionais como narcotráfico e contrabando. O trabalho especial não tem data para terminar.
As incursões começaram nas primeiras horas desta sexta-feira. Mas o comando local da Ágata II fez o lançamento oficial da operação em entrevista coletiva, à tarde. "A operação instalada tem como foco o crime organizado. Em conjunto com outras forças, queremos garantir a ordem e a segurança pública", disse o general da 15ª Brigada de Infantaria Motorizada, Ajax Porto Pinheiro.
Ágata II acontece de forma simultânea no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso Sul. São empregados sete mil homens para vigiar 3,5 mil quilômetros de fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai.
Segundo o general, mais de mil homens atuam no Paraná, Estado com grande área de fronteira. A operação tem bases instaladas em Foz do Iguaçu, Guaíra, Santa Helena e Capanema. "São locais estratégicos para operação (porque concentram quase cem pontos de passagens de drogas e de contrabando)", destacou Pinheiro. De acordo com ele, o Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, avisou com antecedência os governos de países vizinhos sobre a realização da Ágata II.
Na região de Foz integram a megaoperação, Exército, Aeronáutica, Marinha, Ibama, polícias Federal, Civil, Rodoviária Federal e Militar, Guarda Municipal e Receita Federal. O aparato policial conta ainda com três helicópteros do Exército – destacados de Taubaté (SP) – e um da Marinha.
Além do narcotráfico e contrabando, são alvo dos militares os crimes ambientais, descaminho, tráfico de armas e munições, roubo de carros, evasão de divisas, entre outros.
Operacionalidade
Desde às 6 horas, as tropas militares já eram visíveis em diferentes pontos de Foz do Iguaçu. Dezenas de agentes fizeram diligências no Jardim Jupira e Vila Portes, que são vizinhos à Ponte Internacional da Amizade.
Os dois bairros receberam atenção especial porque são muito próximos ao Paraguai, de onde vêm para o Brasil drogas, armas e contrabando. Policiais abordaram carros e pessoas em busca de produtos ilícitos e identificar foragidos da Justiça.
Equipes da megaoperação também se instalaram na aduana brasileira das pontes da Amizade e Tancredo Neves (fronteira com Argentina). Com a presença da força especial, mais veículos e pedestres passaram a ser fiscalizados nas saída e entrada do país. "A operação tem objetivos pontuais, mas também trabalha com ações de surpresa. Atuaremos em locais, horários e dias diferentes para atarmos àqueles que mantêm (na fase inicial da operação) os ilícitos represados (no Paraguai). A qualquer momento, eles (criminosos) terão de agir", observou o general.
O Rio Paraná, Lago de Itaipu, Avenida Beira-Rio, favelas ribeirinhas, BR-277 e estradas rurais do oeste também ganharam reforço policial.
Balanço
Na entrevista coletiva, os coordenadores divulgaram os primeiros resultados da Ágata II na região de Foz do Iguaçu. Até às 17 horas, foram apreendidos 76 volumes de produtos contrabandeados, 52 carros e motos – por contrabando e irregularidades de trânsito – e mais de US$ 120 mil (acima de R$ 200 mil) em mercadorias estrangeiras.
Um suspeito foi preso em flagrante por evasão de divisas. Ele tentou sair do Brasil, rumo ao Paraguai, com R$ 45 mil em dinheiro. O acusado parou na Delegacia da Polícia Federal. 
Reportagem Gilberto Vidal jornal a gazeta do iguaçu do dia 17 de setembro de 2011 www.gazeta.inf.br